Mal súbito ou desdobramentos do último escândalo envolvendo
as inconfidências de seu mordomo? As especulações fervem no Vaticano, poço de
conspirações e intrigas desde a consolidação do catolicismo na Europa.
Apesar da aparente debilidade física, Bento XVI vinha
produzindo documentos e projetos que sugeriam perseverança e disposição para
enfrentar uma das maiores crises da Igreja Católica Apostólica Romana da história,
alimentada pelas denúncias de abuso sexual que explodiram no final do
século passado.

Trabalhando pela beatificação de Paulo VI, se pronunciando
sobre os conflitos étnicos, políticos e religiosos, bem como sobre a beligerância
entre o primeiro mundo e o Oriente Médio, o Papa se mostrava motivado a liderar
pessoalmente uma tentativa de reaglutinar fiéis e fortalecer o Vaticano. No
início de dezembro criou uma conta na rede social Twitter, por onde tratava de personalizar os princípios
da religião.
Um dia antes de declarar oficialmente a renúncia, marcada
para o dia 28 de fevereiro, postou em sua conta: “Devemos ter confiança na força da misericórdia de Deus. Embora sejamos
todos pecadores, a sua graça nos transforma e renova.”
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Ponciano |
Ponciano, em 235, renunciou após cinco anos de papado marcados pelo cisma devido a divergências doutrinárias com Hipólito, a fim de reunificar a Igreja.
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Celestino V |
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Gregório XII |
Gregório XII, em 1415, após nove anos renuncia em prol do Concílio de
Constança, convocado por ele para restaurar o comando único na Igreja, então
dividido entre Roma e outros dois anti-papas estabelecidos em Avignon (França)
e Pisa (Itália).
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