No quesito esculhambação a Alemanha já conquistou o título
da Copa das Copas. Protagoniza mais um
episódio folclórico de conotação sexual traduzindo Fuleco por nada menos que...
cu.
O nome não agradou à maioria dos brasileiros, e ganhou mesmo
o significado usado na reportagem publicada no caderno de esportes do jornal Die Welt. Mas como qualquer palavra pode ganhar, dependendo da situação. Sem descrever o tom, o contexto e o peso da malícia, a jornalista
Solveig Flörke não oferece elementos para entender o comportamento e a cultura
nacionais, o objetivo básico de quem se aventura a escrever sobre o tema.
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O pobre coitado |
Segundo o site Comunique-se, a tradução do nome do tatu-bola foi tirada de um dicionário informal on-line.
Tivesse ela ao menos procurado confrontar o resultado com a consulta a
um dicionário formal, encontraria material mais consistente. O
Michaelis e o Priberam, dois dos mais
populares dicionários on-line no Brasil, definem o verbo fulecar como “perder,
ao jogo, todo o dinheiro que se leva”. A palavra tipicamente brasileira, de
acordo com os compêndios, diria muito mais sobre nós e os criadores do nome,
que, certamente, desconheciam o termo quando simplesmente juntaram futebol com
ecológico.
A superficialidade no trato reforça o
estigma da sexualidade exacerbada e promíscua, imagem da qual o país-sede procura se
afastar, a fim de incrementar a indústria do turismo e se firmar como nação
madura quanto aos princípios do direito individual e igualdade social.
Se não há dúvida do muito que falta para concretamente o
Brasil subir de patamar na civilidade da relação entre gêneros,
raças e demais diversidades, as gafes cometidas especialmente pelos alemães desprezam e corroem os resultados obtidos pelo esforço de toda
a sociedade, como a criação da Lei Maria da Penha, combate à pedofilia e ao
turismo sexual, revisão do código civil quanto aos crimes hediondos, direitos
de minorias, união estável homoafetiva,
etc...
A publicação do Die Welt
foi o segundo golpe duro dos alemães contra os anfitriões da Copa. Há pouco
mais de um mês a fabricante de produtos esportivos Adidas teve que retirar do mercado norte-americano um lote de camisetas com desenho e frase vistos como ofensivos pelo governo e grande número de brasileiros.
A obsessão sexual dos alemães, se não tratada a tempo, pode trazer sérios
problemas. A delegação do país ergue às próprias custas um verdadeiro resort como concentração da equipe na baiana Porto Seguro.
Além de habitada por um povo extremamente acolhedor e
cortês, orgulhoso de sua sensualidade e beleza, tem praia de nudismo
e garçonetes de topless em bares à beira-mar, locais mais frequentados por turistas e não
muito apreciados pelos nativos.
Para quem não conhece bem o Brasil, é campo minado de
ocorrências policiais.
Os alemães não poder dar uma de arsch. A palavra pode significar cu ou burro, de acordo com quem fala, quando, como e em qual situação.
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