Integrantes da Previdência negam omissão em golpe no INSS

 PF teria negado informações do caso pedidas pelo ex-presidente do INSS; ministro afirma que pediu apuração interna



Ministro Carlos Lupi (Foto: Wikimedia)

 Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS, solicitou à Polícia Federal informações sobre as investigações relacionadas às suspeitas de descontos ilegais em benefícios previdenciários, mas teve seu pedido negado pela corporação. A informação é do jornal Folha de São Paulo, divulgada nesta segunda-feira (28/4).

A PF teria justificado que operações anteriores impediam o compartilhamento desses dados com a presidência do instituto. O caso começara a ser investigado pelo Ministério Público e a Polícia Civil de São Paulo. A publicação segue reação iniciada pelo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi.

Depois de tentar mitigar a responsabilidade do presidente do INSS no caso dos descontos ilegais a aposentados e pensionistas, sem sucesso, ele rebateu as acusações de que teria se omitido diante de denúncia do golpe em reunião do Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS).

Em entrevista ao jornal O Globo deste domingo (27/4), Lupi confirmou que a conselheira Tonia Galleti, representante dos aposentados no CNPS, solicitou a inclusão na pauta da reunião de um debate sobre irregularidades nos descontos de mensalidades associativas nas aposentadorias em junho de 2023

.

Não havia fatos concretos suficientes para iniciar uma investigação imediata, justificou Lupi.


O ministro afirmou ter pedido ao presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e ao diretor de Benefícios, André Fidelis, que começassem a examinar o problema. No entanto, a falta de resultados concretos levou à demissão do diretor André Fidelis, substituído por Vanderlei Barbosa, que apresentou um relatório três meses depois.

Ele também ressaltou que a conselheira não voltou a levantar o assunto nas reuniões seguintes, o que impediu que o tema fosse retomado na agenda do CNPS até abril de 2024, quando as investigações da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas da União (TCU) já estavam avançadas.

Stefanutto solicitou as informações à PF em outubro do ano passado.

O que é a Operação " Sem Desconto"

Anúncio da "Sem Desconto" (Antônio Cruz/Ag. Brasil)

 A operação "Sem Desconto", deflagrada pela Polícia Federal no dia 23 de abril, revelou um esquema que pode ter causado um rombo de R$ 6,3 bilhões, envolvendo cerca de 190 pessoas ligadas às associações e entre 10 e 15 funcionários do INSS. Foram apreendidos dinheiro em espécie, objetos e carro de luxo. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anunciou a operação em entrevista coletiva.


Veja mais detalhes ea análise da operação em Ponto Incomum.  

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