Lobby em pele de cordeiro

O estádio do São Paulo sediou uma confraternização entre os árbitros e assistentes de futebol do Distrito Federal e de São Paulo. Dois jogos entre duas equipes das duas federações organizadas pela Associação Nacional dos Árbitros de Futebol - ANAF. Tanto o clube quanto a ANAF afirmaram que o estádio foi cedido por quatro horas.
O gesto de cortesia é um flanco aberto. Põe sob suspeita o time que tem sabido planejar conquistas dos mais diversos campeonatos que disputa. Acompanhado por membros da Comissão Nacional de Arbitragem e das comissões das duas federações, o congraçamento reuniu árbitros das séries B e C, candidatos à primeira divisão na próxima temporada, além de quadros da série A dos campeonatos estaduais.
O presidente da ANAF José de Assis Aragão afirmou que imaginar qualquer aproximação em função do empréstimo do Morumbi é coisa de gente com "mente poluída". Marco Aurélio Cunha, diretor do São Paulo, classificou a cessão como fato tão natural quanto shows e eventos beneficentes e religiosos já ocorridos no local.
Mas existe uma diferença crucial. Nenhum dos eventos tem relação direta com futebol, e, ao menos na maioria destes, foram pagos.