Entre a coragem e a farsa

Em torno da tese de que é hora de um novo Bretton Woods renasce a discussão sobre o papel do Estado. "Flash" Gordon Brown deu o tiro de largada, fazendo aumentar a venda de O Capital na Europa, segundo a imprensa de lá. Embora os executivos do mercado financeiro mereçam o paredão pelo que têm causado à economia mundial – sim, continuam, com indeléveis borrões de volatilidade primeiro nos preços do petróleo, depois nos dos metais, a seguinte, as moedas, e na última semana, as ações - o modelo de gestão estatal , na forma da simples apoderação das instituições financeiras, é uma iniciativa tímida, pois a lógica do mercado está entranhada no modelo de sociedade forjado ao longo do século XX.
Mais do que a regulação de um sistema, abre-se a oportunidade da redefinição dos limites da ganância e do medo, essências do capital especulativo.
Embora desligados do mundo real, os agentes do tal mercado podem ou não ser cobaias de uma nova ordem, com influência sim sobre os demais setores da sociedade.
É preciso dar uma volta,completar o giro da espiral dialética, ou os líderes da reação a esta crise não passarão de novos luditas, que, embora tenham feito algum barulho, acabaram engolidos pela revolução industrial. E, pior, à luz do evolucionismo do reabilitado marxismo, vistos como farsa.

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