O governador José Serra confessou ter vetado inicialmente a idéia do museu no Pacaembu. Feliz recuo. A instalação em seu lugar – e, muito importante, sem prejuízo de sua função original - é por si só é uma declaração de respeito e consciência histórica. Difícil imaginar outro lugar para o Museu do Futebol em São Paulo não apenas por ter imortalizado Ademires, Belinnis, Rivellinos e Pelé.
O Pacaembu é um atestado ativo do futebol como fenômeno cultural e social. Embora erguido em momento de consolidação e celebração deste como esporte popular, foi construído em área nobre, com o avançado conceito do multiuso ao abrigar uma concha acústica apropriada a apresentações artísticas elitistas num tempo em que era politicamente correto pensar que arte não era para o povo.
Assim, retrata a tensão, representa a distensão e atua na integração. Ver a multidão avançando pelas ruas do bairro em dia de clássico é compreender a fundo o Brasil. A relutância em mantê-lo palco destes mesmos clássicos também o é. Do lado de fora o Pacaembu revela o país em partes. De dentro, o todo.
É o que o Museu de Futebol propõe com arte e tecnologia, o que por vezes ressalta, por vezes empana a visão.
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