O pato da responsabilidade social

Segundo estimativas do presidente da Associação Paulista de Supermercados – APAS – o preço da sacola feita de milho chegará ao consumidor a um preço entre R$ 0,12 e R$ 0,25, variação de 108%.
Se não impedirá que seja jogada nas ruas, entupa bueiros e mate engasgados os animais, a sacola traz a vantagem de se decompor no máximo em dois anos no aterro, informou o governo paulista na justificativa do acordo com o setor.
Os cientistas dedicados às questões de sustentabilidade citam em vários sites sobre o assunto uma pesquisa realizada por um Instituto de Engenharia e Ciências Químicas de Cingapura.
No tal estudo, os pesquisadores calcularam que 1,22 kg de petróleo bruto, 0,4 kg de gás natural e 48 megajoules de energia são necessários para produzir 1 kg de sacolas de polietileno.

O PHA, bioplástico feito a partir do amido de milho, exige o cultivo da matéria prima, colheita, moagem úmida e fermentação.

Os pesquisadores calcularam que 4,86 kg de milho e 81 megajoules de energia são necessários para produzir 1 kg de sacolas de PHA.

O trabalho liderado por Hsien Hui Khoo conclui que a produção da sacola de milho exige 69% mais energia que a de polietileno.
Mesmo que o milho plantado compensasse a emissão de gases gerados na produção, o combustível fóssil usado na fabricação já torna a sacola menos ambientalmente amigável do que parece.
O custo da sacola plástica atual, incluída no preço dos produtos, varia entre R$0,02 e R$0,05, diluído no valor total da compra.
Acrescentando os tais 69% ao preço máximo, a sacola de PHA sairia em torno de R$0,08, também diluídos no total da compra.
O valor é entre 50% e 212,5% menor que o anunciado pela APAS.
Sem diluição. É preço por sacola, vendida separadamente.
O consumidor arca com ágio todo o custo da responsabilidade social
A parcela dos varejistas neste processo seria única e exclusivamente retirar o percentual hoje agregado da sacola nos preços. A do poder público, fiscalizar abusos.

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