Soa antipático e prepotente o secretário geral da Fifa, Jérôme Valcke, atropelar as leis nacionais. Mas, pior do que esta postura seria a aprovação da venda de bebidas alcoólicas nos estádios somente durante a Copa.
Se o evento é uma oportunidade de se discutir e planejar mudanças no país, deveria se incluir aí esta questão.
A proibição se baseou na tese de que a cerveja alimentaria a violência nos estádios. Não vi uma avaliação séria sobre o tema, mas continuamos a testemunhar confrontos entre torcidas e mortes em dias de clássicos.
Bêbados e drogados dentro das arenas, também.
Nas arquibancadas, o veto a mastros, grandes bandeiras e as câmeras de vigilância mostram mais eficiência no auxílio do controle policial, de resto aumentado.
Há quem defenda a proibição argumentando que o esporte não deveria estar ligado ao álcool. Porém, neste sentido a restrição deveria ser no patrocínio dos uniformes e na participação de figuras públicas do esporte em campanhas de venda.
Por mais complicado e complexo que o universo esportivo tenha se tornado, a maioria dos assistentes de jogos in loco o faz por diversão, em momentos de lazer, e não há nada de errado em tomar uma cerveja em momentos de lazer.
Como se vê mundo afora, os estádios só enchem e dão lucro quando são capazes de proporcionar prazer com conforto, ou seja, ver um bom jogo, com bons jogadores, em boa companhia, e, até, para quem gosta, tomar uma cerveja.


Embora pareça bom para os negócios, os clubes desperdiçam com a organização de um campeonato só para a TV. A média de público do Brasileirão série A 2011 foi de 14.976 pessoas, segundo a CBF. Somos quase 200 milhões de habitantes.
Louvável quando implantada, o tempo indica que a proibição de bebidas alcoólicas nos estádios mais serve como ideal politicamente correto. Mantê-la não passa de caretice.
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