Copa derrota o Brasil na preliminar


A pouco mais de 2 anos para o início da Copa do Mundo, o recém empossado presidente da CBF e do Comitê Organizador ( COL), José Maria Marin, vem a público para afirmar à Fifa que tudo estará pronto a tempo. Ele deve saber o que diz, não é um neófito em política nem em cartolagem.
Por isso mesmo não disse nada sobre a possibilidade do evento servir de alavanca para progressos políticos e sociais, especialmente nos projetos de infraestrutura que poderiam elevar o potencial turístico, a distribuição de renda, criar um novo parâmetro na concepção e execução das obras públicas e, enfim, elevar a qualidade dos meios de transporte de massa interestaduais, seja por estradas, ferrovias, portos, seja por aeroportos.
O plano B neste quesito já está a pleno vapor, com o planejamento de feriado em dias de jogos como solução para o trânsito e do uso e ampliação de bases militares como campos de pouso de jatinhos particulares.
De logística e equipagem duradoura em segurança e saúde, então, não há rigorosamente nada de importante ou novo.

                        Água no chope

Marin, presidente da CBF
A Copa no Brasil acabou sem nem mesmo uma discussão mais séria sobre cerveja nos estádios, relegada à negociação direta entre governantes e a FIFA, dona do evento, em ano eleitoral. Os estrangeiros podem não entender bem o significado disso, mas os brasileiros sabemos muito bem do que desconfiar.
De absolutamente todos os pontos de onde se esperava novos paradigmas minaram o lugar comum da negligência, suspeitas de negociatas e de superfaturamento.
Ainda que o governo federal e Joseph Blatter, o presidente da Federação Internacional de Futebol, tenham eliminado Ricardo Teixeira do caminho e tivessem a transparência como prioridade, não há mais tempo para implementar seriamente o propalado “legado da Copa”.   


                        São Paulo não

Neste contexto, caberá a mais desenvolvida capital do país o papel de maior mico durante o evento. São Paulo se prepara com o flagrante desvio de recursos públicos municipais em benefício de um grupo privado na construção de um estádio.
 Mais dia, menos dia, isso chegará com destaque à imprensa internacional. A alegada estrutura para receber grande número de visitantes não se sustenta. Atualmente a rede hoteleira paulistana já tem 80% das vagas ocupadas durante todo o ano, e, segundo os especialistas do mercado, não é bom negócio investir em novos leitos apenas para a Copa. 
Estação Butantã: feia e ineficiente
Não bastassem os problemas no trânsito – sem qualquer debate sobre alternativas concretas -, os trens e metrôs não andam, nem há motivos para acreditar hoje que andarão.
No último fim de semana, durante o Lollapalooza no Jockey Club, na zona sul de São Paulo, a estação Butantã do metrô, inaugurada há cerca de um ano, não suportou a demanda causada por parte das 75 mil pessoas/dia que foram aos shows. O volume é semelhante ao esperado nos dias de jogos em torno dos estádios, que devem comportar 60 mil pessoas.
Os projetos de ampliação no transporte de massa estão sob suspeição técnica e legal.
São Paulo não precisa, não pode nem deve sediar a Copa do Mundo. A Copa das confederações já está de bom tamanho.  Os paulistanos já sofremos o bastante, não há porque piorar a situação nem passar por vexame global.
Pelo quadro momentâneo, basta o risco de má performance da seleção brasileira. 

Postar um comentário

0 Comentários