Peleja divina, duelo infernal


Bravo time do Vélez! Não merecia vencer na Vila Belmiro, mas resistiu com dignidade e fair play, fazendo bom uso da disciplina tática, intocada mesmo com a expulsão de Barovero.
A maior posse de bola dos alvinegros se deu com o recuo exagerado dos argentinos, não se traduzindo em arremates perigosos na proporção que deveria.
Muricy não alterou em nada a estratégia da equipe a partir do primeiro confronto, facilitando as coisas para o colega Ricardo Gareca. Cuidando de trabalhar a defesa, deixou a linha de frente à mercê do talento individual de seus comandados. Por este aspecto, faltou maturidade para provocar e explorar com paciência falhas alheias.
Por ironia, o veterano Léo, com agilidade e rapidez no toque levou o time para a disputa de pênaltis. O acaso dos dois erros argentinos prestou ao lateral a deferência de definir a classificação no quarto pênalti, roubando de Neymar os holofotes.
Festa e alívio, mas o atual campeão da Libertadores não transmite segurança. Contra um time sólido e fechado, mantém ligeiro favoritismo por enfrentar um rival conhecido e brasileiro, mais temeroso com o que o Santos pode fazer em um bom dia.
Mas a equipe paulistana viu uma receita portenha para anular o desequilíbrio técnico.
A sorte sorri maliciosa e discreta para os dois lados. 
 Uma peleja infernal!

A força, a marcação cerrada e a mumunha se estabeleceu de vez com a dificuldade que a La U teve de passar pelo Libertad. Para quem não tem acompanhado, o Universidad do Chile é o Santos andino, e o Libertad é o Corínthians Paraguaio, no bom sentido. A diferença é que La U é mais azeitada e eficaz no toque de bola e na movimentação dos jogadores que o Santos na competição. O Libertad é muito melhor que o timão nos contra-ataques, com finalizações certeiras disparadas de todos os lados da área, além de variar do sistema defensivo para uma formação mais ofensiva durante o jogo, se a circustância permitir. Saiu da Libertadores por causa da atuação espetacular do goleiro Jhonny Herrera até o último minuto do tempo regulamentar, garantindo o empate em um a um, e pegou o pênalti de Ayala, o terceiro da série de cinco.
O Boca, próximo adversário, tem tradição e sangue frio para encarar uma equipe superior e vencê-la se conseguir emplacar sua catimba habitual e ritmo de jogo, como fez com o Fluminense. La U é a atual vice-campeã da Libertadores, tem mais conjunto e poder ofensivo.
É uma partida em que a atuação da arbitragem é quem vai determinar o vencedor entre um futebol mais leve e veloz contra um faltoso e catimbeiro.
Um duelo divino!

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