Crueldade

Favoritos na conquista da Libertadores deste ano, os times brasileiros, quando não se eliminam, perdem para si mesmos. A possibilidade de uma final verde-amarela acabou, com  a saída do Fluminense. A sorte  virou, os argentinos Vélez e Boca, coadjuvantes no início, podem fazer uma final nacional. Menos gloriosa e justa do que seria Fluminense X Corínthians ou Fluminense X Santos, como permitia a tabela, mas crueldade é tempero na emoção que futebol desperta. E sua acidez dominou o sabor dos jogos de ontem.

Tite, o longevo
 A imprevisibilidade da partida entre Corinthians e Vasco se confirmou, mas da pior forma imaginada. Em jogo com muita vitalidade e nenhum sopro de vida, as equipes estiveram presas e tensas. Diego Souza, na mais importante e escancarada oportunidade de gol do enfrentamento, por centímetros não virou o grande herói. Não bastasse a conclusão infeliz, ainda sai disputa como bandido. O Vasco, abatido, mas íntegro.
O Corinthians segue, compacto e duvidoso.
O técnico Tite já deu e teve retorno significativo à proposta de trabalho de longo prazo.
Com elenco limitado e sem alternativas táticas nem técnicas –  falta centro-avante, até – tem avançado além do que a lógica pressupõe, bem fechado na retranca e encontrando quase fortuitamente o gol necessário. Só para lembrar, Paulinho, o autor do único gol do jogo, é volante.
Será o suficiente para chegar à final, com oponentes mais encorpados e experientes em Libertadores?

Diego Souza, o bandido


Falcioni: Nem ele acreditava mais

Em segundos de desatenção, quase num piscar de olhos, o Fluminense saiu da Libertadores. A equipe apresentou uma evolução tática nos últimos dois jogos, soube anular o Boca Juniors e, por falha, salvou a reputação de Julio Falcioni. O técnico dos argentinos já estava batido e perdido quando Santiago Silva marcou o empate.
Abel fez um dos mais interessantes trabalhos entre os clubes do torneio. Soube usar os nomes certos na hora certa, incluindo jovens recém-chegados da base.
Atuou com convicção e segurança em todas as substituições e variações, no limite da teimosia, linha que ultrapassou na insistência com Thiago Neves.
Abel: caiu de pé
O meia já não atuara bem na partida anterior.Talvez tivesse sentido o peso de ser a maior referência da equipe nas ausências de Deco e Fred.
Rafael Sobis, mais uma vez, precisou se desdobrar. O xará, Moura, quem trabalharia mais com Thiago Neves, foi apagado pela marcação. Não se movimentou com constância e velocidade necessárias para abrir espaços ou receber em melhor posição.
Embora eliminado, Abel sai fortalecido. O time, derrotado.

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