Assombração mexicana

Mano Menezes optou pela mesma formação da equipe com que atuou contra os EUA, sob o argumento de que quer dar mais conjunto. Foi uma decisão acertada para o início da partida contra o México. Se tinha, enfim, encontrado uma forma de jogar, que a treinasse. Mas o futebol em tempos de veloz transmissão de informação exige variação.

A mais visível, até agora, foi a troca de um pivô – Damião – por outro jogador que retroceda ao meio e forme uma linha de três. Pato, individualmente, não tem se acertado tecnicamente, perdendo oportunidades fáceis de gols. A condição do jogador acaba por nublar uma deficiência da estratégia: a linha trabalha sem a movimentação necessária para abrir espaço na defesa, seja para Hulk, Neymar ou Pato.
 Contra times bem fechados, apostar apenas na habilidade do atacante é reduzir a probabilidade de concluir em quantidade e qualidade.
Já correu o mundo a habilidade de Neymar e a forma de anulá-lo. Cabe exclusivamente ao atleta seguir sua evolução, aprender a lidar com a marcação colada, em revezamento, se deslocando e chamando o companheiro para tabelar. Resumidamente, deve exercitar a liderança.

A vitória anterior mascarou pontos ainda falhos na equipe. Na avaliação do treinador brasileiro, a pressa em tentar definir a jogada foi o maior defeito. Não deixa de ter razão, mas o que pode ser entendido como aspecto psicológico do grupo jovem e há pouco tempo unido tem peso menor não só que os pontos relacionados acima, mas também pela postura indefinida quando não tem a posse da bola.

Messi: Brasil falha onde ele acerta
Embora conscientes de que é indispensável atuar na marcação, o que funciona bem na área adversária, não se vê a compactação exigida entre a intermediária e a defesa, com exceção do esforço de Oscar.
A cobertura pelos flancos também não está bem resolvida.
Nestes dois setores são o terreno preferido de Messi e Di Maria, integrantes do próximo desafio de Mano Meneses.  
Acompanhados de Aguero, o México não passa de assombração.


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