Lapso histórico

Escudado pelo título estadual e a boa estreia no campeonato brasileiro, Cuca ganhou respaldo da diretoria do Atlético Mineiro para atender ao amigo Roberto Assis, empresário e irmão de Ronaldinho Gaúcho.
Em franca decadência técnica, o ex-melhor do mundo por duas vezes chega com a titularidade praticamente garantida, já que a equipe corria atrás da contratação de um armador.
O treinador põe a prêmio a boa fama conquistada duramente ao apostar no ídolo mais espetacularmente queimado desde Barbosa, o goleiro brasileiro da Copa de 50, provavelmente acreditando que, longe das badalações do eixo Rio- São Paulo, o jogador volte a se portar como atleta.
Mas Belo Horizonte está longe de ser um centro de recuperação. A memória resgata uma traumática experiência há 18 anos, quando se formou a Selegalo.
Naquele ano o clube contratou um grupo de estrelas digno do apelido: Adilson Batista, Carlos Winck, Éder Aleixo, Neto e Renato Gaúcho eram os mais aclamados.
Éder conta que as noitadas impublicáveis matou o projeto, levando à demissão o técnico Valdir Espinosa ainda no campeonato estadual, perdido para o Cruzeiro. Da equipe, só mesmo o ponta seguiu titular e rendendo o esperado até o fim do campeonato brasileiro, em quarto lugar sob a regência de Levir Culpi.
Uma amostra da atuação bizarra de boleiros não comprometidos está neste registro da derrota por 3 X1 para o Cruzeiro, com direito à faltas mal cobradas por Neto e trombadas de Renato.
Se detalhes do contrato de Ronaldinho revelando valores menores ou com cláusulas de risco fossem divulgados seria mais fácil acreditar em seu empenho. Sem demonstração clara nesse sentido, o Atlético lança a suspeita de não ter aprendido com sua própria história.
PS: os 3 gols da Raposa foram marcados pela revelação do ano, Ronaldo.


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