Lição de Oruro


A polícia boliviana agiu rápido. Afirma que prendeu os doze corintianos responsáveis pela morte de Kevin Beltrán  com base em imagens que localizaram de onde saiu o foguete que atingiu a cabeça do jovem de 14 anos.

Assim a Conmebol pode determinar imediatamente a punição ao clube. Até a conclusão das investigações, o Corínthians disputará suas partidas com portões fechados quando tiver o mando de campo. Como visitante, os corintianos não terão direito a ingressos. Se a conclusão for pela culpa, como as evidências indicam, a pena imposta pode ser ainda mais rigorosa, incluindo a possibilidade do atual campeão ser banido do torneio.

As ações até agora foram exemplares e deveriam servir de modelo para o Brasil, onde a violência nos estádios não passa das manchetes de jornais e os criminosos torcedores  seguem livres por morosidade da justiça. As agremiações, quando muito punidas com a perda de mando ou jogo com portões fechados por poucas partidas, permancem insensíveis à insegurança  graças à camaradagem das federações e da CBF.
O impedimento por longos períodos ou a suspensão do torneio traz a direção dos times para o centro da questão por onde mais lhes interessa, a arrecadação com a venda de ingressos e direitos de transmissão para a TV.  Obrigam-se a enfrentar as quadrilhas controladoras das torcidas organizadas em favor da maioria de apoiadores nas arquibancadas e no sofá.
O episódio trágico em Oruro é uma lição de que o combate efetivo ao problema tem caminhos claros e simples.  

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