Chávez


O pedantismo acadêmico cisma em avaliar Chávez sob o olhar da teoria europeia.  Se nem o povo venezuelano conseguiu torná-lo unanimidade, é preciso enxergá-lo com os rasgados olhos latinos. O ex-militar de um exército reacionário de direita largou a farda para se agarrar à esquerda, com ideais marxistas que não cabem n’O Capital e democracia que os manuais não retratam. Foi sim um líder moldado por uma religiosidade indígena, com sopros andinos, até.

Chegou ao poder depois de um golpe frustrado, eleito democraticamente vendendo a ideia de escolhido por deuses para levar ao povo a felicidade prometida. Se tornou o Perón de nossa geração, provavelmente uma espécie de Getúlio Vargas longevo, o Nestor Kirchner que vingou.  Hugo Chávez não tem nada de Hitler ou Mussolini, nem de Churchill, De Gaulle e nem de Stalin ou Mao Tsé-Tung. O que se viu em 14 anos de chavismo não houve sequer na terra de seu amigo Fidel Castro.

Amigo Fidel, pois seu ídolo e modelo foi o filho de colonizadores espanhóis, educado na Europa imperialista, de onde Simon Bolívar trouxe as premissas do plano de independência.

Regado a petróleo, cultivou um messianismo distinto do praticado na Arábia, com privilégios mais discretos que exercidos nas grandes democracias e ditaduras.

Chávez só não deverá superar Lula em importância histórica, mas é figura fundamental para entender a América Latina em qualquer tempo.

Amá-lo ou odiá-lo é compreensível, mas um desperdício de tempo se o objetivo é entendermo-nos.

 

 

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