Corrida de obstáculo


Vinte e oito atletas de ponta da Ginástica e do judô brasileiros perderam os empregos. O Flamengo decidiu enxugar o orçamento e extinguir os níveis profissionais das duas modalidades, como já fizera com a natação no ano passado.

O vice-presidente de esportes olímpicos do clube, Alexandre Póvoa,  alegou  altos custos e falta de apoio dos governos municipal, estadual e federal para a manutenção dos centros de treinamento.  A demissão atingiu oito ginastas e dezenove judocas, nomes de referência  no esporte olímpico nacional, como o bicampeão mundial Diego Hipolyto, sua irmã Daniela e Jade Barbosa. A técnica da seleção brasileira de judô, Rosicléia Campos, ainda pode ser incluída na lista se não aceitar uma redução nos salários.

Serão mantidos a equipe de basquete, que se mantém com patrocínio próprio, o polo aquático e o nado sincronizado, por baixo custo, e o remo, por obrigação imposta pelo estatuto do Flamengo.  

Na planilha de Póvoa, renomado economista e  executivo do mercado financeiro , certamente  não foram computadas as duas medalhas de ouro , duas de prata e quatro de bronze em torneios mundiais e mais de 20 medalhas em jogos pan-americanos, resultado de um investimento em torno de R$5 milhões por ano em salários e logística. Os atletas de alto rendimento treinavam improvisadamente em um velódromo desde o incêndio no ginásio em novembro do ano passado. O velódromo foi fechado em fevereiro para demolição e construção de um novo, de acordo com exigências do Comitê Olímpico Internacional.

O financista rebateu as críticas à sua reengenharia com o mais comum dos bordões: “Nenhum atleta pode ser maior que o Flamengo”.

O clube não pode se candidatar a recursos sob a lei de incentivo ao esporte devido à calotes em impostos.

 

 

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