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O presidente do CRM-MG Foto: Marcelo Metzker |
Os casos de erro médico e falhas na fiscalização na medicina
de Minas Gerais mostram que o Conselho Regional de Medicina precisará de mais
empenho e menos suspeitas de corporativismo para cumprir as ameaças feitas aos
médicos estrangeiros.
O presidente do CRM-MG, João Batista Soares Gomes, afirmou
que mandaria fotógrafos para documentar a ação dos profissionais do Programa
Mais Médicos, comparados a curandeiros, para denunciá-los por prática ilegal e orienta
os médicos a não os assistirem.
Dr. João terá que mostrar disposição ainda não vista em sua
área de atuação. Números não divulgados – portanto, não oficiais - do CRM -MG indicaram
média de cinco denúncias de erros por dia no ano de 2011, aumento de 53% em
relação aos 4 anos anteriores. Das 1.923 denúncias, 645 seguiram em processos
de investigação corporativa.
É uma quantidade pequena quando o próprio Dr. João Batista declarou
que seus colegas mineiros, assim como a maioria em todo o país, atendem mal e
em condições de trabalho que induzem a
erros. “O médico precisa fazer um trabalho de quantidade ao invés de qualidade”.
E atestou: “O cidadão é o prejudicado”.
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Dr. João na AL de de Minas Foto: Marcelo Metzker |
O diagnóstico de falência foi feito em 25 de abril deste ano,
quando participou de uma audiência pública na Assembleia Legislativa do estado
para defender junto aos deputados melhorias na relação da classe com as
empresas de medicina privada.
Se o sistema precário de atendimento dificulta o rigor na
apuração e na penalização de erros, não justifica a inoperância da fiscalização
direta no credenciamento profissional.
Há menos de um mês foram presos dois estudantes de medicina
que davam plantões ilegalmente em Carangola, Tombos e Espera Feliz, na zona da
mata de Minas. Conseguiram o trabalho apenas apresentando um número de CRM
considerado válido pelo sistema informatizado do Conselho. Dr. João, sobre o assunto, disse apenas que,
como ainda não eram médicos, a questão era com a justiça. Nada sobre a
fiscalização.
O criminoso exercício ilegal da medicina acontece por falta
de médicos, obviamente. Em artigo no site do CRM-MG, Dr. João Batista afirma que o país forma 16
mil médicos por ano, quando precisaria de 20 mil/ano para alcançar a média de
2,5 médicos por mil habitantes, como considera satisfatória.
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