6 graus de separação

Angela Merkel  segue para seu terceiro mandato consecutivo desde que assumiu o poder, em 2005. Conquistou 41,5% dos votos para o CSU-CDU, seu melhor resultado eleitoral, após sacrificar o público para salvar o mercado financeiro, mas evitou os cortes sociais sugeridos aos outros europeus – mais sofridamente, a Grécia. A porção mais à direita de sua coalizão foi defenestrada do parlamento, sem o mínimo de 5% dos votos. Sem maioria absoluta, os analistas dão como mais provável uma composição do CDU com os sociais-democratas, donos de 26% dos votos.

Repetiria assim a composição do primeiro mandato. Na prática, a probabilidade de mudanças no rumo da gestão é quase nula.
O indício apareceu logo ali ao lado, na Holanda, na semana passada.

O rei Willem-Alexander  lascou sem piedade para com os súditos no parlamento que o Estado do bem-estar social acabou. Fechou com o governo de fato.  Os liberais comandados pelo primeiro-ministro Mark Rutte, aliados aos social-democratas, avessos em palavras aos cortes sociais, planejam reduzir o déficit público com um pacote de cortes em torno de 6 bilhões de euros, com previsão de aumento da taxa de desemprego e redução do poder de compra da população.
O rei, com cerca de 70% de apoio popular, se fez porta-voz do que o parlamento chama de sociedade participativa. Em outras palavras, ele diz que, daqui para diante, é cada um por si.

A imprensa local divulgou uma pesquisa em que 80% dos holandeses desaprovam o governo.

Na visão do líder do cristianismo, a União Democrática – Cristã, legenda conservadora de Merkel, e os social-democratas caíram em tentação.
Durante a missa proferida na Casa de Santa Marta, na semana passada, Papa Francisco foi didático:
“O dinheiro também faz adoecer o pensamento e a fé e faz-nos ir por outros caminhos.”

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