Números não bastam


Entramos em setembro com 13 mortes no futebol nos oito meses de 2013, contou Rodrigo Vessoni no Jornal Lance há alguns dias. Em todo o ano de 2012 foram 23, registrados oficialmente.
Bastava um morto entre os torcedores que frequentam os estádios nos últimos 10 anos para causar horror. Os casos chegam à proporção de vítimas de terrorismo em países dominados por tiranos ou intolerância religiosa ou racial.
O pior é constatar que já não espelham a violência real.
 Não estão computados flagrantes violentos como os confrontos entre são-paulinos e flamenguistas em 18 de agosto, na porta do Mané Garrincha, ou a briga entre vascaínos e corintianos que levou a conflito com a polícia dentro do mesmo estádio brasiliense na semana seguinte. Não custa lembrar que dois dos corintianos estiveram presos na Bolívia acusados de participação na morte de Kevin Spada.

Nesta conta também não entram os dois palmeirenses baleados por um grupo são-paulino dentro da estação de trem em Guaianazes, na zona leste da capital paulista. Um foi atingido no pé; o outro por sorte não engordou a estatística macabra ao ter o rosto perfurado.
corintianos X vascaínos:até vereador batendo em policial
Os disparos aconteceram na plataforma na manhã de ontem ( 1/9), mas a polícia ainda não identificou os criminosos.

Os corintianos presos no caso do Mané Garrincha, apesar das imagens que os identificavam, foram soltos sem necessidade de fiança.

Isso retrata mais a violência nos estádios mais que o número de mortos.
Em lugar de combater o crime e buscar mais rigor na punição, boa parte dos especialistas quer cancelar o legado mais civilizado que a Copa do Mundo a esta altura poderia nos dar, os assentos sem divisórias entre torcidas.
A proposta, covarde pelo desvio à causa, ainda desconsidera que as divisórias não impediram o crescente aumento da violência.

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