Básico, claro e óbvio


Ituano: sem segredos
Não há por que resistir ao óbvio e buscar explicações extracampo pra dar ares de vexame à perda do título do Santos para o Ituano. O time do interior venceu porque soube jogar o jogo e tirar partido de um campeonato cujo nível declina há pelo menos uma década. Individualmente, Arouca, Cícero e Geuvânio foram os destaques do Paulistão, mas não fizeram a diferença quando foi preciso.  Reconhecendo suas limitações, a equipe de Itu se concentrou no conjunto, evitou tomar gols, e surpreendeu os grandes nos momentos-chave. Quando falta qualidade dentro de campo, a capacidade do técnico se torna fundamental. Doriva, iniciante e centrado somente em suas funções, desequilibrou.

Controlou os jogadores, soube o que fazer diante das brechas táticas dos adversários e apresentou alternativas exitosas no decorrer das partidas. A última da final foi exemplar neste aspecto.  Depois de pouco mais de vinte minutos e correria e truculência, a equipe tratou de buscar o gol que selaria a conquista, contrariando quem contava com a postura defensiva marcante ao longo do campeonato. Falhou nas penúltima e última bolas, evidenciando a carência de bons atacantes. Cedeu o contra-ataque e só não perdeu o título ali por falta de talento também do outro lado, embora o goleiro Vágner tenha sido um dos mais importantes jogadores deste início de temporada paulista. Thiago Ribeiro, substituído no início, fez falta. Por erro de arbitragem, o Santos tomou a merecida dianteira.

 Doriva rearticulou o grupo no intervalo, encontrou espaço no esquema de Oswaldo de Oliveira e, não fosse a tal carência, vestiria a faixa sem necessidade dos pênaltis. No fim das contas, a decisão se deu no embate direto entre os treinadores, por diferença pequena. Deu Doriva, alimentando a esperança de mais inteligência e renovação nas pranchetas nacionais.

 O clube da baixada não tem do que se envergonhar, jogou o que sabia, tem por onde evoluir, apenas não está acima da média brasileira, baixa o bastante para permitir que um time da quarta divisão nacional vista a faixa campeã de um torneio outrora dos mais importantes do país.  

A lição aos grandes clubes é repensar a prática de priorizar a valorização da imagem do time com reforços caros. A melhor e mais sólida marca ainda é exibir bom futebol  e conquistar títulos.

Simples e claro assim, o Ituano foi maior.

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