O candidato do PSB foi formalmente apresentado ao Brasil. Tem
fala mansa e aparenta equilíbrio e bom senso. Foi governador de Pernambuco com
alta aprovação em fim de mandato e se candidata à presidência para melhorar a vida
de todos os brasileiros. Como?
O tempo é curto para detalhar projetos, mas
faltaram as linhas gerais da mudança de rumos em especial da economia, sua área
de formação e por onde marca posição contra o governo. Nem sequer uma palavra
sobre propostas para a relação entre o público e o privado nas questões vitais
como transporte, saúde e educação, o embate central de duas décadas da
polarização PT X PSDB. Das opções de priorizar gastos sociais ou conter
despesas, escolheu... nenhuma delas, ou as duas, dependendo do entendimento do
ouvinte. Criou uma nebulosa, cada um que tire dali o que lhe convier.
Demonstrou larga habilidade política.
Eduardo Campos é um exemplar de alta qualidade da raça. Soube se esgueirar com elegância dos golpes dos entrevistadores, com
ele menos ásperos, mas não menos agudos do que com Aécio Neves. As manobras, no
entanto, são antigas e alimentam o desgosto geral com a política. Justificar
com regras legais comportamentos duvidosos nos episódios da nomeação de
parentes para cargos públicos é um teste na fé da população, declaradamente
mais exigente quanto à honestidade dos homens públicos. O candidato derrapou
ao dizer que o Presidente se cercaria de pessoas credenciadas antes de escolher
nomes aos cargos vitalícios, mas se recuperou propondo o fim do regime vitalício
e alteração dos critérios na composição do Poder Judiciário.
A tal proposta estará no programa oficial de governo? Se
estiver, talvez venha a dirimir a grande dúvida plantada no eleitor ao fim da
apresentação: como?
ATUALIZAÇÃO: EDUARDO CAMPOS FALECEU NO FIM DA MANHÃ. O JATINHO QUE O TRANSPORTAVA PARA SANTOS, EM SÃO PAULO, CAIU APARENTEMENTE DEVIDO A MANOBRAS DE POUSO DURANTE O MAU TEMPO.
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