Os candidatos à Presidência se esforçavam na imagem
conciliadora, moderada, centrada nas ideias, sem ataques sujos ou violentos. Deixavam
o papel para os militantes virtuais.
O jogo mudou. Conflito virou aposta do
showbizz no horário nobre. Pegos no contrapé, os
protagonistas foram se ajustando no meio do caminho, e vários deslizes e ruídos
superaram o conteúdo.
A sequência dos
fatos mais uma vez favoreceu Marina. Entre
os entrevistados do Jornal Nacional, foi quem melhor sabia o que vinha pela
frente e mais tempo de preparo teve. Como se não bastasse, jogou em casa.
Talhada a conflitos radicais em torno das questões ambientais e na militância
de movimentos sociais, sabe lidar com a pressão.
Mesmo encurralada pela “nova política”, saiu-se bem dos
questionamentos sobre o uso do avião suspeito com a resposta comum dos acusados:
não sabia. Atropelou e usou as mesmas táticas
de Dilma Rousseff na entrevista, mas foi mais elegante e eficiente.
Soube vender sua imagem com a clareza e a transparência que
faltaram às explicações cobradas. Sugou tudo que podia do pecado cometido pelos
entrevistadores desde o início, o de se ater ao óbvio esperado. Desconstruídos
e engessados pelo roteiro, foram dominados.Dona da situação, a candidata poderia responder às críticas de messianismo, falta de conjunto sólido de propostas e de estrutura política forte capaz de levar adiante seus projetos, caso eleita. Não o fez porque não quis, ou não pôde.
Acesse a análise das entrevistas dos outros candidatos:
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