Oposição para quê?

Política
  
  A representante maior do PT no posicionamento contrário à redução da maioridade penal é ninguém menos que Dilma Rousseff.
   Ponto inflamado na linha divisória do país, o Projeto de Emenda Constitucional 171/93 é um dos mais caros aos superconservadores representados pelo grande inimigo político do Planalto.
  O Presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ganha motivação extra para levar a PEC a plenário e aprová-la pelo prazer de humilhar mais uma vez o Executivo.
  Bastaria cumprir a promessa de vingar no partido o constrangimento que sofreu por parte de integrantes do MST, CUT e LGBT em eventos recentes nas assembleias legislativas de São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraíba.
  Mas o PT lhe ofereceu bem mais.
  A redução da maioridade de 18 para 16 anos tem a simpatia da maioria da população. Dilma, segundo o Datafolha, está em seu mais baixo índice de aprovação (13%).
  A economia insinua dias piores e mais desgastantes à frente. Porém, coube a ela bancar a conta na seguinte nota publicada em sua página no Facebook:

SOU CONTRA A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL
Nas últimas semanas, intensificou-se o debate sobre a redução da maioridade penal no Brasil de 18 anos para 16 anos de idade. Isso seria um grande retrocesso para o nosso País. Há poucos dias, eu reiterei aqui a minha posição contrária a esse tipo de iniciativa. E mantenho minha palavra.
Reduzir a maioridade penal não vai resolver o problema da delinquência juvenil. Isso não significa dizer que eu seja favorável à impunidade. Menores que tenham cometido algum tipo de delito precisam se submeter a medidas socioeducativas, que nos casos mais graves já impõem privação da liberdade. Para isso, o País tem uma legislação avançada: o Estatuto da Criança e do Adolescente, que sempre pode ser aperfeiçoado.
Acredito que é chegada a hora de ampliarmos o debate para alterar a legislação. É preciso endurecer a lei, mas para punir com mais rigor os adultos que aliciam menores para o crime organizado.
Eu já orientei o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a dar início a uma ampla discussão com representantes das entidades e organizações da sociedade brasileira para aprimoramento do Estatuto da Criança e do Adolescente. É uma grande oportunidade para ouvirmos em audiências públicas as vozes do nosso País durante a realização deste debate.
Mas, insisto, não podemos permitir a redução da maioridade penal. Lugar de meninos e meninas é na escola. Chega de impunidade para aqueles que aliciam crianças e adolescentes para o crime.