Sacos de lixo


Meio ambiente

A Prefeitura de São Paulo determinou que a partir do domingo de Páscoa o consumidor pagará pela sacolinha que levar do supermercado. 

Escolherá entre a cinza, para lixo orgânico, e a verde, para recicláveis. O custo sugerido do novo produto oferecido pelos supermercados é de R$0,08 no país que não fabrica moedas de R$0,01.

 Caso opte pela verde, o usuário residencial que usá-la para descarte do lixo orgânico será advertido e poderá ser multado entre R$50,00 e R$500,00.  O comerciante, a multas entre R$ 500,00 e R$2 milhões. Mais uma tarefa para os fiscais municipais, já tão ocupados em responder as acusações de concussão e desvios.

Efeito zero

A medida fantasiada de responsabilidade ambiental é um embuste e passa o carro na frente dos bois.

A coleta seletiva não cobre toda a capital. Segundo dados oficiais, dos 96 distritos, 85 contam parcial ou totalmente com coleta seletiva.

 Apenas 2,5% do total recolhido segue o caminho da reciclagem. Ou seja, quase todo o lixo que a população separa termina misturado nos aterros por falta de estrutura.

A produção de sacolas biodegradáveis, como a de milho, pode consumir mais energia e emitir mais poluentes que as sacolas convencionais, demonstraram estudos já publicados neste blog.

O prefeito Fernando Haddad retomou o assunto ouvindo também os fabricantes das sacolas atuais,contrários às modificações. Resultou na lei municipal não especificar o material. Exige que tanto a verde quanto a cinza devem ser ao menos 51% compostas de material de fonte renovável e tecnologia sustentável.

 A novidade deixa o humor de cada um decidir se isso é meio bom ou meio ruim.

Efeito contrário

Grupos ligados à defesa do consumidor contestam a Lei Municipal 15.374, regulamentada em janeiro após de disputa judicial. A briga é antiga, desde 2007, com cara nova.

 Em 2011, o governo estadual paulista quis simplesmente extinguir as sacolinhas e permitir a venda de sacolas biodegradáveis e reutilizáveis.  O golpe explicitado levou o Procon a exigir dos comerciantes alternativas gratuitas.  O Ministério Público entrou no assunto e o desgaste à imagem dos supermercados ajudou a retroceder nas mudanças.

A prefeitura não obriga o uso das novas sacolinhas no descarte. O paulistano estará livre de multa utilizando os sacos próprios para lixo disponíveis no mercado e juntar nele todo tipo de material. 

Se só a ele cabe pagar a conta, é justo que possa escolher a saída menos dispendiosa. Não há argumento para convencê-lo a gastar mais sequer por correção de comportamento.