Futebol
Se a memória não me trai, há mais de 3 anos o Palmeiras não jogava futebol como time grande. Tudo bem, durou só cerca de 60 minutos, mas foi animador. O bom elenco palestrino parece estar saindo do papel para se tornar realidade.
Aliás, o tiki-taka na versão
alviverde deveria chamar-se óinc-óinc, fuça-fuça ou mezzo-a-mezzo?
A movimentação no ataque
empolga, mas de nada valeria sem a maestria de Zé Roberto, o verdadeiro autor
do segundo gol. Zé, um dos eternos ídolos da seleção que a era das exportações de
boleiros não deixou formalizar.

O tricolor paulista é uma metáfora do Brasil; é no erro ou no acerto
do governo Ceni que está o bom ou o mau resultado da partida. Ele precisa lidar
com traições da zaga aliada, com o meio de campo lento e burocrático e, diante
de uma linha de frente que consome muitos recursos e nunca entrega a obra
prometida, precisa ir à frente fazer o tento.
Um, apenas um passe errado do goleiro na hora errada deu aos
adversários o alívio necessário para respirar e praticar com tranquilidade as
orientações de Oswaldo de Oliveira.
Tão injusto quanto culpá-lo pela inércia coletiva é chamar de frango qualquer dos três gols.
Tão injusto quanto culpá-lo pela inércia coletiva é chamar de frango qualquer dos três gols.
A apresentação deixou
Muricy sem palavras. O comedimento durante a partida foi providencial. Histrionismos
do treinador à beira do gramado só atiçaria mais violência de seus jogadores. O
dia que seu time resolve não jogar bola, nem o governo resolve. Mas o técnico será
penalizado ao menos até a próxima partida pela Libertadores, obrigado a repetir
“I will survive” a cada entrevista, respondendo às especulações sobre seu
destino.