Violência de Estado

Opinião

A justificativa do governo paranaense para a violência empregada pela PM contra a manifestação dos professores é um achincalhe à democracia.

 A começar pelo fato de que o esquema de segurança foi montado para impedir que eles acessassem um prédio público e exercessem o direito de acompanhar – e pressionar – os deputados que votaram sobre o uso de recursos de suas aposentadorias.

Protesto houve por falta de debates e esclarecimentos suficientes, o que só após a decisão o governador ensaia fazer.

Classificar o movimento como ação política a fim de desmerecê-lo é argumento comum às ditaduras, para as quais a política só é exercida pelo mandatário.
 É básico: toda ação é política, mais legítima torna-se com a participação de organizações sindicais e partidos. 

Seria ingenuidade negar que estivessem lá também com objetivos de provocar desgaste na imagem do governo. Porém, na forma de apoio a uma causa. Isso é do universo da disputa política democrática. 
A representação de classe ou categoria, bem como de partidos oficializados, facilita e civiliza a negociação de conflitos. Rotulá-los de baderneiros já deveria ser página virada a esta altura da consolidação democrática.

Se na multidão existiam grupos determinados ao confronto violento, como black blocs, caberia à polícia detectá-los e isolá-los dos demais. As forças policiais seguem demonstrando despreparo tanto no trabalho de inteligência quanto na de coibição de vandalismos e atentados.

É absolutamente inaceitável que tratem qualquer cidadão com cães e bombas.
Chama atenção nas imagens exibidas a quantidade de manifestantes atingidos por balas de borracha no peito, pescoço e rosto. São alvos de morte e lesão irreversíveis.


Os professores do Paraná foram tratados como bandidos. Concorde-se ou não com eles, bandidos não são.