Longe de Maria Antônia

Política


José Dirceu na rua Maria Antônia, em outubro de 1968

 José Dirceu carrega consigo uma simbologia impressionante ao longo da trajetória política.

Neste episódio, pediu à Polícia Federal que não executasse a ordem do juiz Sérgio Moro na presença da filha de 4 anos. Foi atendido, preso longe dos olhos de Maria Antônia.

O nome da menina é o mesmo da ruano centro de São Paulo onde ocorreram os conflitos que o firmaram líder estudantil e herói da resistência à ditadura, em 68.

A "Batalha da Maria Antônia" foi o confronto entre os estudantes da Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras da USP, e os do Mackenzie, ambas faculdades na mesma rua.

José Dirceu era na época o presidente da União Nacional do Estudantes, chamado de camarada Daniel pelos companheiros dos movimentos de esquerda, abrigados na USP.  
A Universidade Presbiteriana Mackenzie reunia as organizações de direita lideradas pelo CCC ( Comando de Caça aos Comunistas).

O combate se deu em 3 de outubro com paus, pedras, coquetel molotov, bombas de ácido com cal e tiros. 
A polícia, que acompanhava as provocações à distância desde o dia anterior, interveio com a ajuda de tropa de choque pedida pela reitora do Mackenzie, Esther de Figueiredo Ferraz. 

O estudante secundarista José Carlos Guimarães (foto ao lado) morreu atingido por um tiro na cabeça.

Com a camisa ensanguentada da vítima nas mãos, Dirceu liderou o confronto por mais duas horas.
Dirigiu uma assembleia e uma passeata pelas ruas do centro de São Paulo, quando carros foram incendiados e a polícia prendeu dezenas de estudantes.

Aos 69 anos, ele não quis que Maria Antônia acompanhasse os atos decorrentes de acusações de lavagem de dinheiro, tráfico de influências e formação de quadrilha.