A miudeza em miúdos



Impeachment 
Data venia as tecnicalidades e engabelações, dois são os pontos principais do parecer de admissibilidade de impeachment que será votado amanhã. 

O primeiro, se o tempo entre a liberação dos recursos do Plano Safra pelo Banco do Brasil e o repasse pelo governo se caracteriza como empréstimo ou não. Técnicos e juristas se dividiram nas argumentações à Comissão Especial de Inquérito. 

O segundo, os decretos que permitiram esta operação com despesas suplementares ao estabelecido pelo Congresso. Como suplementar, o relator acatou não haver necessidade de nova autorização do legislativo, não havendo crime aí. 
Para Antônio Anastasia, a irresponsabilidade fiscal foi gastar além da meta.
Embora acatando também que a meta pode ser prevista, e não adivinhada, dá andamento no processo com base na filigrana que chamou de nó górdio: o governo se baseou no relatório anual sobre a meta, quando deveria ter usado os relatórios quadrimestrais. 

O relator, até por experiência como ex-governador de Minas Gerais, entende que Dilma não tenha responsabilidade direta pelo atraso ou na forma de encaminhamento da pedalada. Rebateu a defesa de Cardozo argumentando que ela, no entanto, responde por seus subordinados.  

Em resumo, por um empréstimo não claramente tipificado e a periodicidade de um relatório a Presidente da República pode ser cassada.
No mais, é confronto político, encabeçado pelo deputado federal cassado pelo STF por uso do mandato para práticas criminosas.