Seu ponto de vista

Copa América Centenário



A seleção encheu de água o copo até a metade. Bom ou ruim?  

Diante das últimas apresentações, a equipe evoluiu. Avançando e retrocedendo em bloco organizado, tornou-se menos porosa na defesa, ainda que só não tenha perdido a partida contra o Equador por erro de arbitragem, sinalizaram as câmeras lentas.
  
Se nos poupou do constrangimento de ver a zaga bater cabeça, evidenciou uma fatalidade escondida na má vontade para com Dunga: o Brasil não tem jogadores acima da média prontos para fazer da seleção favorita contra a maioria dos adversários.  

 A rigidez tática sem improviso só não parece uma mesa de pebolim, ou totó, por causa das penetrações de Elias. William é a exceção, em dribles e criação. 

Neymar poderia ter mudado a partida? Talvez sim, embora não tenha desequilibrado em favor do time com a constância e brilho que dele se espera.  Jogando pela esquerda, pode desentortar o time que arremedou perigo pela direita. Não tem sido o bastante para fazer a tempestade que o copo d’água exige.

Resta a expectativa de que os Gabriéis sanem a falta de arremates, especialmente o não convocado palmeirense Jesus. 

Enquanto os salvadores não entram em campo, confortemo-nos com a melhoria na taxa de acerto de passes e a aproximação causada pela compactação. Ao menos está criada a condição para tabelas. 

As primeiras partidas da Copa América Centenário não encheram os olhos, mas o lugar do Brasil no torneio dependerá mais da porção vazia do copo do que a metade que já ocupou.
Equador, Colômbia e Argentina estão em nível superior, já revelaram as eliminatórias. Mesmo os EUA decepcionando na estreia, com um jogo sem sal e modorrento, e a retranca da Costa Rica, podem ir adiante do Brasil na classificação final.