O tênis de mesa – que surpresa – levantado a torcida no Riocentro! Hugo
Calderano tem sido uma das mais divertidas e interessantes figuras da delegação brasileira
na Rio 2016.
Em modalidade em que o improviso conta quase nada na
performance e no resultado do atleta, é
difícil tê-lo como medalhista certo nestes jogos, mas vale a pena vê-lo. A China é suprema e praticamente imbatível. O
carioca de 20 anos está em 54` no ranking internacional, brasileiro
mais bem colocado.
Estreante em
olimpíadas, mostra maturidade, concentração e golpes de veterano top 10. A estreia, no sábado, foi contra o cubano Andy
Pereira, que derrotou por 4 a 0 ( a disputa é melhor de 7 sets) e,
literalmente, o jogou no chão.
Na manhã deste domingo, tirou do sério um sueco mais de 20
posições acima dele no ranking. Pär
Gerell bufou, mostrou nervosismo e encaixou poucas raquetadas no brasileiro.
Não foi um jogo fácil para Calderano. Ele não abriu em qualquer set vantagem
grande na pontuação, mas teve o controle da disputa todo o tempo na mão,
vencendo por 4 a 1. Gerell não conseguiu se impor nem mesmo no único set que
venceu.
Calderano cumpre um
ritual irritante ao oponente ao sacar: posiciona a bola na linha de fundo da
mesa, dá uma quicada curta na bola e, até que a golpeie, esconde com perfeição
a rota planejada do saque. Embora veloz,
não tem esta como principal característica.
Único brasileiro a passar para a terceira fase na disputa
individual, enfrenta agora à noite ( 20h) o 15` no ranking mundial Tang Peng,
de Hong Kong. Caso vença, chegará às
oitavas de final, melhor posição alcançada pelo Brasil em uma olimpíada, em
Atlanta 96, com Hugo Hoyama.
Em tempo: Jamais chame tênis de mesa de pinque-pongue na frente de um atleta da modalidade, como fiz no título.