Wall Street Journal chamando Lula de enganador causando
frisson na rede.
Quem escreveu o
artigo parece que conheceu o país num voo de balão. Afirma que o Rio só não é o
microcosmo do Brasil porque não foi tomado pela corrupção instalada nos últimos
14 anos na esfera federal.
Com os pés na
terrinha, teria visto a poucos quilômetros da Vila Olímpica a ponte
Rio-Niterói, inaugurada 28 anos antes, símbolo da associação indecente entre o
PIB e o Poder. Credita ao poder público falhas
nas obras olímpicas tocadas na verdade pelo setor privado.
Elogiando a fase neoliberal da governança, classifica como
transparência o período em que o BC de Chico Lopes se meteu em lambança com
Cacciola. O que chamou de estabilidade macroeconômica foi quando estivemos mais
perto da crise atual da Venezuela, com inflação escamoteada e o rolo de papel
higiênico reduzido de 50 para 30 metros. Dá um twist carpado sobre a quebra na
produção e o desemprego na época.
Para o WSJ, o engodo foi fazer o mundo crer que a
distribuição de renda e aumento do consumo interno levaria ao crescimento sustentável.
Porque a produção preferiu apostar na inflação em lugar da expansão, ainda que
com incentivos, não arriscou dizer. Deve ter se dado conta de que o Brasil não
é para amadores.