O time foi taticamente disciplinadíssimo no confronto com a
seleção de rara pureza caucasiana. Dominou a posse de bola, mas não o
campo. Se errou poucos passes e
aproveitou os poucos clareamentos na entrada da área, a movimentação sem a bola
trouxe poucos frutos. No manual, o time
jogou bem, tal uma seleção média da Europa.
O domínio, resultando na vitória
por 3 a 0, não mascarou as deficiências, tampouco testou a fragilidade vista em
partidas anteriores.
Os adversários não tiveram habilidade bastante para explorar
mais as laterais e as pontas. Concentrando as jogadas pelo meio, facilitou a
formação da zaga. Ainda assim, com toques rápidos deu susto em Alisson. Na única vez em que Casemiro avançou, a tomada
de bola não deu em gol por falha no arremate.
Sem o volante, a defesa brasileira continua a se perder na marcação.
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Mecânica por mecânica, a Alemanha tem excelência |
Fechada e recuada, a
Rússia segurou a subida dos laterais.
Pelas costas de Marcelo e Daniel Alves, com cruzamento na área, a
seleção, se já encontrou a solução, não teve oportunidade de mostrar. Empurrados os dois para trás, o Brasil teve pouco atrevimento. Venceu por superioridade no
condicionamento físico e técnico. A Rússia subira a marcação e perdeu o gás.
O grupo de Tite é bom e tem jogadores de ótimo nível, por isso não
chega a ser burocrático. Mas terá que fazer mais para buscar o título. Mecânico
e sem lampejos, torna-se presa fácil para o próximo oponente, a Alemanha.
Falta
tempero nacional, o drible, o imprevisto, a malícia. A chamada “chegada de
surpresa” de Paulinho é, na verdade, previsível.
Neymar pode trazer a pimenta
necessária, mas ao custo do sacrifício coletivo. E, sozinho, não tem a
capacidade de desequilibrar a partida, feito seus concorrentes diretos, Messi e Cristiano Ronaldo.
A possibilidade esteve até então nos pés de
Gabriel Jesus. Contra a Rússia, no entanto, não apareceu, preso na congestão da
entrada área. O atacante ainda se recupera da séria lesão. Tomara que seja apenas
falta de ritmo. Enquanto equipe, mais que o atacante do Paris Saint-Germain, o
do Manchester City é que pode tirar a seleção brasileira do automático de um
time de manual. O que tinha que fazer, o técnico indica já ter feito.