Copa 2018
A vitória da seleção brasileira por 3 X 0 sobre a Áustria no
último amistoso antes da estreia da Copa na Rússia foi um bom teste,
especialmente no primeiro tempo. A retranca montada pelo adversário deve
predominar nesta edição do torneio.
A brincadeira acabou no fim do primeiro tempo, quando a
Áustria, perdendo por um gol, alterou a estratégia e tentou atacar. Viu-se o
porquê de estar fora da competição. Seu ataque é fraco e lento. As poucas boas
oportunidades de gol saíram pela direita.
Quando Marcelo avança, abre-se o corredor. Casemiro ainda
não está ajustado na função. Coutinho fica sobrecarregado para fazer a
cobertura. O time tem consciência do que deve ser feito, mas é difícil manter
as idas e vindas durante os 90 minutos. Contra equipes mais fortes a defesa
provavelmente estará sob estresse além do esperado para confrontos de alto nível.
Pela direita o problema foi
resolvido com corte de Daniel Alves, pois nem o substituto escolhido por Tite
para as duas últimas partidas, Danilo,
praticamente não sobe. Por este lado do campo, o Brasil não jogou. Não por causa da característica do lateral ou mau dia dos que atuam no setor.
Diferentemente do jogo contra a Croácia, quando Neymar
iniciou no banco, Willian apareceu menos. A concentração da equipe no camisa 10
anulou três jogadores. Além de Willian, Paulinho e Gabriel Jesus encontraram
mais que o congestionamento na entrada área.
A seleção não rodou a bola, o que deve fazer o time em busca
da penetração de Paulinho ou de Gabriel Jesus em algum espaço que se abre. A
chamada Neymardependência reduz o portfólio de alternativas. O grupo fica
previsível.
A escalação e a estratégia parecem bem definidas pelo
treinador. Baseado no que apresentou, ainda que encontre dificuldades, a
classificação para as oitavas de final parece garantida. O talento individual
deve bastar.
A partir daí, em confronto presumidamente contra Suécia ou
Alemanha, será necessário ao menos apresentar soluções para as deficiências
apontadas. Outra tática, ou esquema de jogo, pode fazer a diferença contra equipes que têm, mesmo em menor quantidade, jogadores capazes de definir um resultado.
Precisa ter segredos.