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Foto: Pixabay |
O mercado brasileiro de ações, fundos de investimentos e títulos
de renda fixa sofreu retirada de US$ 50,9 bilhões pelos estrangeiros nos
últimos 12 meses. O valor registrado pelo Banco Central é o maior desde o
início do monitoramento, em 1995. Em maio, a saída foi de US$ 2,2 bilhões.
Por que investidores estrangeiros
deixam o Brasil
Os gastos dos governos de vários países no controle dos
efeitos da pandemia deixam os grandes investidores mais cautelosos,
especialmente em relação aos países emergentes. Os prêmios não compensam o risco.
No caso do Brasil, a redução da taxa básica de juros, a
Selic, hoje em 2,25% ao ano, aliada ao descontrole da pandemia e à
instabilidade política afugenta os recursos.
A perspectiva piora com as ações de desregulamentação
ambiental promovidas pelo governo federal. Representantes de fundos de quase US$
4 trilhões enviaram ao governo carta em que relatam preocupações com o
desmatamento e com a violação dos direitos dos povos indígenas da Amazônia.
Projeção pessimista para a economia
do Brasil
O quadro esvazia o discurso do ministro da Economia, Paulo Guedes,
para quem a reforma tributária que começa a ser discutida com o Congresso
traria a segurança necessária para a retomada dos investimentos diretos e
indiretos.
O argumento foi usado durante a negociação da reforma previdenciária.
O resultado, no entanto, foi negativo. O surto de Covid-19 agravou o cenário, é
verdade, mas a saída de recursos, o consumo e a produção internos, além do
nível de desemprego, já vinham sofrendo desde meados do ano passado.
A última projeção do produto interno bruto do Brasil (PIB)
para 2020 foi reduzida em mais de quatro percentuais pelo fundo Monetário
Internacional (FMI). Segundo a instituição, a soma dos produtos e serviços produzidos
este ano no país deve ser de – 9,1%.
Se confirmada, a maior retração econômica do Brasil nos
últimos 120 anos será quase o dobro da queda PIB global causada pela pandemia.
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