Quantos mortos pelo Covid-19 bastam para Bolsonaro?


Foto: Pixabay
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Mais de sete milhões de brasileiros devem morrer por causa do boicote do presidente Jair Bolsonaro ao isolamento social. A estimativa do blog é conservadora, baseada em estudos do próprio governo.

 A pressão bolsonarista pela reabertura das indústrias e serviços a fim de acelerar o chamado efeito de imunização do rebanho, sem o mínimo do controle exigido pelo sistema, aumenta o risco de morte. A falta de recursos humanos e materiais levou a maioria dos países a descartar a proposta, inclusive o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O número de vítimas fatais depende da disposição de governadores e prefeitos em dividir com o presidente a responsabilidade pelo genocídio.

Bolsonaro quer 70% dos brasileiros contaminados pelo coronavírus

Segundo o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (ibcit), órgão ligado ao Ministério da Saúde, o efeito rebanho no Brasil exige que 69% da população seja exposta ao vírus. A parcela mais vulnerável, como idosos e portadores de doenças pré-existentes, deveria ser excluída deste universo.

Porém, com a falta de planejamento e ações consistentes, como a testagem em massa e isolamento vertical, além da disseminação indiscriminada do vírus por todo o território, os 212 milhões de brasileiros estão igualmente sob os mesmos riscos.  O Governo Federal espera então por 146 milhões e 280 mil pessoas contaminadas.

Como a contaminação por Covid-19 pode se tornar um genocídio no Brasil

 A subnotificação de casos de contágio do Covid-19 e a manipulação dos dados sobre as vítimas, relatadas por médicos e cientistas, impedem projeções precisas das mortes decorrentes do plano governamental.  A quantidade de profissionais de saúde e equipamentos, bem como a inclinação da curva de contágio, ainda ascensão, são cruciais para a sobrevivência das vítimas.

O cálculo leva em consideração a taxa de letalidade aferida pela Universidade John Hopkins na última sexta-feira (19/06), de 4,9%, baseada nos relatórios do Ministério da Saúde.

Pelo quadro atual, em que o sistema colapsou ainda apenas em algumas regiões, e o número de casos ainda não se estabilizou, chega-se então à previsão de que sete milhões 167 mil e 720 pessoas devem morrer até que oficialmente o país possa afirmar que está imunizado. Se o sistema de atendimento aos infectados superlotar, a taxa de mortalidade pode acompanhar o ritmo em que se encontram hoje os da Suécia e do México.

Nestes dois países, onde o isolamento foi negligenciado, as taxas de letalidade apuradas pela Universidade John Hopkins chegaram a 9% e 11,9%, respectivamente. No Brasil, estes índices significariam mais de 17 milhões e 400 mil mortos.

O presidente da República tem na cabeça estes números quando silencia ou diz que todo mundo morre um dia. 


 

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