Caso cientificamente documentado põe em xeque tese da imunidade rebanho.
Pesquisadores da Universidade de Hong Kong afirmaram que um
homem de 33 anos, curado em abril após internação, foi novamente diagnosticado
com o vírus em agosto.
Segundos informações prestadas pelos cientistas à agência de notícia Reuters, o paciente havia regressado de viagem à Europa, com passagem
por Espanha e Reino Unido, dois dos países em que a pandemia se disseminou com
maior intensidade no continente. Diferentemente do ocorrido no primeiro contágio, o homem
não apresentou os sintomas da doença.
Vírus diferentes
Existem em vários países relatos de vítimas da doença que
receberam alta e tiveram nova internação causada pela Covid-19. No entanto, não
há comprovação de nova infecção. Os médicos examinam a possibilidade de que o
diagnóstico positivo nas suspeitas de reincidência sejam vestígios do vírus ou
algum tipo de reação causada pelos anticorpos acionados no combate ao agente
invasor.
Tal hipótese foi descartada pela Universidade de Hong Kong
ao comparar os exames das duas infecções. Os vírus detectados no intervalo de
quatro meses e meio são de linhagens diferentes.
No Brasil há suspeitas de novo contágio em cinco estados
Ao menos três casos suspeitos de reincidência se tornaram
públicos no pais. No Hospital das Clínicas, em São Paulo, são avaliados dois
deles, em que os pacientes receberam alta, mas voltaram a apresentar os
sintomas. Os médicos procuram a confirmação de que houve novo contágio, ou se o
vírus permaneceu no organismo apesar dos sinais de recuperação em decorrência
do tratamento.
Em Itatiaiuçu, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, um
técnico de enfermagem de 22 anos morreu em junho, após a segunda internação no
intervalo de dois meses.
Além de Minas Gerais e São Paulo, existem também suspeitas
de reincidências registradas no Piauí, Rio Grande do Norte e no Ceará. Alguns
deles, de profissionais de saúde que atuam diretamente no tratamento de vítimas
da doença causada pelo novo coronavírus.
Mesmo com a confirmação do caso de Hong Kong, a Organização
Mundial da Saúde continua a recomendar cautela nas conclusões sobre a probabilidade
de reinfecções. Para a OMS, novas contaminações não invalidam as buscas por vacinas.
A estratégia de imunidade de rebanho, segundo a qual o contato com o novo coronavírus eliminaria o risco de doenças, tese adotada pelo governo brasileiro, porém, pode ser inócua.
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