Santos e Flamengo driblaram pandemia

 Domènec Torrent e Cuca trabalharam rápido e bem, mas foram freados pelo VAR. 



A movimentação de Santos e Flamengo, em confronto na Vila Belmiro, foi um oásis no modorrento campeonato brasileiro até agora. Os dois times mostraram que estão próximos de sua melhor forma. A paralisação decorrente da pandemia e os desacertos comuns nas alterações do elenco e do comando pareceram bem controlados.

Estão à frente de São Paulo e Corínthians, que também se enfrentaram na rodada, ainda sem padrão de jogo e evidentes falhas técnicas.

 Cuca X Domènec

Em menos de um mês, Cuca conseguiu manter fora de campo a crise política e econômica do clube. Motivado e compacto, o grupo assimilou as orientações por mais ofensividade. A defesa ainda não mostrou velocidade suficiente para atuar assim, exposta. Deixou espaços, mas o risco foi compensado com o bom trabalho pelas laterais, especialmente com Marinho e Pará.

O técnico rubro-negro Dome, contratado no fim de julho, ainda testa formações no grupo, mas já delineou um time que busca a marcação forte com contra-ataques. Abriu mão do controle absoluto da posse de bola, estilo do antecessor, mas ficou claro que não pretende atuar recuado. Além de não ser sua marca, com os jogadores que tem, seria um desperdício.


O Flamengo perdeu oportunidades francas criadas com tabelas criadas dentro da área adversária, faltou pontaria. O mesmo aconteceu com o Santos.

Placar injusto

O resultado não foi a melhor tradução da peleja. Os cariocas venceram por 1 X 0 com Gabigol marcando aos 50 minutos do segundo tempo, na sequência de uma falha do lateral Felipe Jonatan.

O Santos teve dois anulados pelo VAR na primeira metade da etapa inicial. A comissão de arbitragem de vídeo obrigou a um acréscimo de 17 minutos no confronto.

Era partida em clima de placar abundante, dada a velocidade e a agressividade tática apresentadas pelas equipes. Menos pelos gols do Santos anulados, mais pela quebra de ritmo do jogo. As paralisações tomaram quase 10 minutos, a disputa esfriou.

 VAR é um fracasso?

A anulação dos gols de Raniel e Marinho, pelo rigorosíssimo critério da análise das imagens, foi correta. O VAR tem valia, desde que não se torne protagonista, mas auxiliar. A demora na definição da regularidade dos lances indica dúvida em invalidá-los.

O lugar do VAR é sentado no banco da comissão de arbitragem do jogo, não dentro de campo, onde esteve. A submissão e o constrangimento do árbitro ao equipamento têm levado o apito à insegurança. O espetáculo perde a graça.

O medo de errar, para piorar, vem de uma verdade relativa.  O ângulo e a velocidade da imagem são capazes de alterar a visão fria da máquina.

Escudado pela suposta infalibilidade, um ignorante ou mal-intencionado ganha poder de manipular resultados. 

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