Sony fecha fábrica no Brasil

 A empresa deixa o país depois de 48 anos instalada em Manaus.

Segundo nota oficial da empresa, a produção de televisores, câmeras e equipamentos de áudio será definitivamente interrompida em março do ano que vem, e as vendas, até o meio de 2021. Apenas o setor de entretenimento, como música, games e filmes, além de serviços de tecnologia, continuarão a ser comercializados no país.

A decisão foi baseada na perspectiva negativa da empresa quanto ao mercado e ao consumo no Brasil, embora a concorrência, especialmente dos chineses, tenha levado a empresa a repensar sua estrutura global.

 

Abandono oficial

Razões para o pessimismo da Sony

·         A Zona Franca de Manaus, onde a fábrica está sediada, tem sido alvo de ataques do ministro da Economia. Paulo Guedes defende o fim de isenções e incentivos que tornaram a região polo de desenvolvimento de industrial e tecnológico.

·         O bombardeio ao Mercosul e a política beligerante do governo Bolsonaro em relação aos países vizinhos dificultam as transações comerciais na América Latina.

·         A redução do poder aquisitivo da população encolhe o público consumidor no mercado interno.  Compreende-se da decisão de fechar a fábrica que os esforços do governo em reduzir os custos da mão de obra não compensam a expectativa de queda do consumo interno.  

·         Os componentes importados dos equipamentos montados no país são cotados em dólar. A desvalorização do real, se beneficia as exportações, encarece os insumos.

Desconfiança

Ao abandonar o Brasil, a Sony sinaliza que as crises política e econômica têm efeito de longo prazo. A ação corrobora o receio dos investidores estrangeiros. Há capital privado disponível em busca de boas oportunidades de investimento nos países em desenvolvimento. No entanto, o país tem recebido menos atenção do que sues pares do Brics e dos continentes europeu e asiático.

A desconfiança também de investidores locais condena-nos à produção de commodities e à condição de meros espectadores da quarta revolução insustrial.

O custo Guedes-Bolsonaro não compensa.

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