À URUGUAIA

 Como a vitória inconteste de Arce na Bolívia deve trazer civilidade política à América do Sul.


O resultado oficial das eleições na Bolívia. Foi bonito e esperançoso demais. Arce, eleito em primeiro turno com 55,10% dos votos, terá ao lado 60% dos deputados, 78 das 130 cadeiras. No Senado, o Movimento ao Socialismo (MAS), de Arce, elegeu 21 representantes, 58% do total.

Depois de emparedar os organismos internacionais que avalizaram o golpe a Evo, que, por sua vez, não tinha que se acaudilhar, Luis Arce não precisa ser um grande líder ideológico, como Lula, Mujica ou mesmo Chávez. O paradigma lá já foi quebrado, basta habilidade política para consolidar e avançar em modelos comprovados e adaptá-los à realidade local, como os projetos sociais desenvolvidos no Brasil, Índia e algo da socialdemocracia europeia.

A maioria conquistada no legislativo dá a possibilidade de não ter que se meter em negociatas ou malversações. A corrupção foi a brecha para a derrubada dos projetos socialistas.

 A Bolívia, um dos mais machucados países por casuísmos da América Latina, está próxima da civilidade política do Uruguai atual.

Arce não terá, evidentemente, céu de brigadeiro. A sanha golpista permanece. Há questões internas e globais a serem equacionadas, como o trato à produção de coca e tecnologia para desenvolvimento da soberania na exploração dos recursos naturais.

Não é simples, mas, como disse, é esperançoso demais.

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