Como a vitória inconteste de Arce na Bolívia deve trazer civilidade política à América do Sul.
Depois de emparedar os organismos internacionais que
avalizaram o golpe a Evo, que, por sua vez, não tinha que se acaudilhar, Luis
Arce não precisa ser um grande líder ideológico, como Lula, Mujica ou mesmo Chávez.
O paradigma lá já foi quebrado, basta habilidade política para consolidar e
avançar em modelos comprovados e adaptá-los à realidade local, como os projetos
sociais desenvolvidos no Brasil, Índia e algo da socialdemocracia europeia.
A maioria conquistada no legislativo dá a possibilidade de
não ter que se meter em negociatas ou malversações. A corrupção foi a brecha
para a derrubada dos projetos socialistas.
A Bolívia, um dos
mais machucados países por casuísmos da América Latina, está próxima da
civilidade política do Uruguai atual.
Arce não terá, evidentemente, céu de brigadeiro. A sanha
golpista permanece. Há questões internas e globais a serem equacionadas, como o
trato à produção de coca e tecnologia para desenvolvimento da soberania na
exploração dos recursos naturais.
Não é simples, mas, como disse, é esperançoso demais.
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