Nem flor, nem fleuma para a data, marcada pelo assédio sexual na Assembleia Legislativa paulista.
Celebração digna deste dia Internacional da Mulher seria com
vassouras em punho, especialmente em são Paulo. O Conselho de Ética, pelo
encaminhamento ao caso de assédio e violência contra a deputada Isa Penna
(PSOL), não merece flor, nem fleuma, e sim uma boa varrição moral.
Delegado satisfeito
Se Cury fizesse o que fez em um ônibus lotado, seria mandado
diretamente para uma delegacia, onde receberia ordem de prisão em
flagrante. O policial da comissão da
Alesp, Delegado Olim (Progressistas), declarou-se satisfeito com a punição
sugerida pelo conservador cristão Wellington Moura (Republicanos). Cinco dos
nove membros da comissão concordaram com ele.
O caso foi tratado com desprezo desde a denúncia, em
dezembro do ano passado. A direção da Alesp não se manifestou. O assunto foi
empurrado para depois do recesso parlamentar do fim de ano. O relator do caso,
Emídio de Souza (PT), substituiu a gravidade da causa pelo pragmatismo político
na proposta de seis meses de suspensão e foi derrotado. Perdeu pontos com
defensores dos assediadores e dos assediados. Ele e Barros Munhoz (PSB)
renunciaram ao colegiado em protesto.
Machismo nos dois lados
Entre as propostas de seis meses e 119 dias a comissão se
dividiu entre progressistas e conservadores, mas, para a inegável encoxada - é
mesmo a melhor definição – nenhuma delas é proporcional ao indecoro no
parlamento. O machismo transitou nos
dois polos. O presidente da Assembleia, Cauê Macris (PSDB), não se pronunciou
sobre o episódio que presenciou.
Não há prazo para o relatório Ir à votação dos 94 deputados.
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