Surpresa: Jaider Esbell

Jaider Esbell, um dos maiores artistas indígenas do país se mata no auge da carreira 


A natureza do homem, do bicho e do espírito, segundo Jaider  Foto: Lívio Lamarca
 

Fui duas vezes à Bienal de SP, a segunda só para rever seus trabalhos.  O makuxi é talvez um dos maiores pintores indígenas do Brasil de todos os tempos. Evoca a resistência sem raiva ou mágoa, denuncia a opressão às tribos e chama à luta como vocação natural para a existência prenunciada por suas figuras humanas, bichos ou espíritos, manifestações divinas da cultura de seu povo.

Do fundo e profundo da mata tira traços finos e pontos sem excessos, criando dimensões no retrato que o espectador desavisado esperaria primitivo.

Não há nada de singelo ou naïf em Jaidel, ele dialoga com a contemporaneidade e o urbano como poucos representantes de sua geração no Brasil, em técnica e emoção.

Detalhe de quadro exposto na Bienal de SP             Foto: Lívio Lamarca

Estava decido a falar com ele depois deste feriado para o blog, e ele me surpreende de novo, se matando. O índice de suicídio entre índios é maior do que o da média do restante da população. Infelizmente, Jaider sucumbiu à estatística. 

 Nunca o vi, mas sei que fará falta.

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