Selic sobe 1 ponto percentual

 

Sede do BC - DF
Banco Central elevou a taxa de juros em 1 ponto percentual. Atendendo as expectativas do mercado, a Selic vai a 13, 25%.

Foi a primeira reunião do Copom desde que Gabriel Galípolo, indicado pelo atual governo, assumiu a presidência do Banco Central. A decisão foi unânime entre os nove membros do Comitê de Política Monetária.

A alta taxa de juros, antídoto usual diante da ameaça da inflação, é um dos alvos constantes de descontentamento do presidente Lula.

O mandatário, no entanto, já declarara que, em caso de necessidade, não pressionaria contra medidas que visam esfriar o crédito e o consumo. 

A ver. 


Justificativas do Banco Central para o aumento da taxa de juros


Em nota, o Banco Central afirma que a medida, aprovada por unanimidade pelos nove membros do colegiado, reflete a persistência da inflação acima da meta (3,5%) e os riscos de descontrole em meio a um cenário global marcado por incertezas sobre a política monetária dos EUA e tensões no mercado de trabalho mundial.

Pressões Internas e Externas

Segundo o comitê, enquanto bancos centrais de economias desenvolvidas mantêm postura restritiva para conter a inflação, o Brasil enfrenta um "cruzamento perigoso": a atividade econômica doméstica segue aquecida, com desemprego em queda, mas a inflação subjacente resiste, pressionada por serviços e expectativas em alta. Projeções do Focus apontam inflação em 5,5% para 2025 e 4,2% para 2026 — acima do centro da meta (3,0%).


Riscos 

O Copom destacou três ameaças altistas:

1. Desancoragem prolongada das expectativas;

2. Resiliência da inflação de serviços;

3. Impacto inflacionário de políticas fiscal e cambial.


Expectativas

Ainda de acordo com a nota, uma eventual desaceleração brusca da economia global ou doméstica poderia aliviar pressões. O comitê reforçou, no entanto, que,

 “se confirmado o cenário”, um novo ajuste de 1 ponto percentual será implementado na próxima reunião.

 A estratégia visa assegurar a convergência da inflação para a meta em 2026 (projeção de 4,0%), mas o tamanho total do ciclo dependerá de indicadores como o hiato do produto e a dinâmica do mercado de trabalho.

Alerta Fiscal

O comunicado enfatizou que a sustentabilidade da dívida pública e a percepção sobre o regime fiscal seguem críticas para a estabilidade de preços. "Qualquer desvio nas contas públicas pode impactar ativos e expectativas", alertou o colegiado.




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