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Foi a primeira reunião do Copom desde que Gabriel Galípolo, indicado pelo atual governo, assumiu a presidência do Banco Central. A decisão foi unânime entre os nove membros do Comitê de Política Monetária.
A alta taxa de juros, antídoto usual diante da ameaça da inflação, é um dos alvos constantes de descontentamento do presidente Lula.
O mandatário, no entanto, já declarara que, em caso de necessidade, não pressionaria contra medidas que visam esfriar o crédito e o consumo.
A ver.
Justificativas do Banco Central para o aumento da taxa de juros
Pressões Internas e Externas
Segundo o comitê, enquanto bancos centrais de economias desenvolvidas mantêm postura restritiva para conter a inflação, o Brasil enfrenta um "cruzamento perigoso": a atividade econômica doméstica segue aquecida, com desemprego em queda, mas a inflação subjacente resiste, pressionada por serviços e expectativas em alta. Projeções do Focus apontam inflação em 5,5% para 2025 e 4,2% para 2026 — acima do centro da meta (3,0%).
Riscos
O Copom destacou três ameaças altistas:
1. Desancoragem prolongada das expectativas;
2. Resiliência da inflação de serviços;
3. Impacto inflacionário de políticas fiscal e cambial.
Expectativas
Ainda de acordo com a nota, uma eventual desaceleração brusca da economia global ou doméstica poderia aliviar pressões. O comitê reforçou, no entanto, que,
“se confirmado o cenário”, um novo ajuste de 1 ponto percentual será implementado na próxima reunião.
A estratégia visa assegurar a convergência da inflação para a meta em 2026 (projeção de 4,0%), mas o tamanho total do ciclo dependerá de indicadores como o hiato do produto e a dinâmica do mercado de trabalho.
Alerta Fiscal
O comunicado enfatizou que a sustentabilidade da dívida pública e a percepção sobre o regime fiscal seguem críticas para a estabilidade de preços. "Qualquer desvio nas contas públicas pode impactar ativos e expectativas", alertou o colegiado.
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