Desmatamento cai em todos os biomas pela primeira vez desde 2019

 Cerrado lidera ranking de desmate, mas em redução de 40% em relação 2023; Amazônia registra menor perda em seis anos


Cerrado (Antônio Cruz/Ag. Brasil)

Mapa dos biomas nacionais deste ano apresenta, enfim, o cumprimento concreto da promessa eleitoral de redução das queimadas. Às portas da COP 30, no Pará, é uma notícia positiva. Ainda que não seja o ideal no compromisso da preservação, demonstra esforço no enfrentamento do problema. 

O Brasil registrou uma queda histórica no desmatamento em 2024, com redução de 32,4% na área total desmatada em comparação com 2023, segundo dados do Relatório Anual do Desmatamento (RAD) do MapBiomas Alerta. Esta é a primeira vez, desde o início do monitoramento em 2019, que todos os biomas apresentaram redução simultânea na perda de vegetação nativa, com exceção da Mata Atlântica, que se manteve estável.

No total, foram validados 60.983 alertas de desmatamento em 2024, somando 1.242.079 hectares de vegetação suprimida nos seis biomas brasileiros. O Cerrado continua sendo o bioma mais afetado, respondendo por 52,5% do total desmatado (652.197 hectares), seguido pela Amazônia, com 30,4% (377.708 hectares).

A região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) concentrou 75% do desmatamento do Cerrado e cerca de 42% de toda a perda de vegetação nativa no país. O Maranhão lidera o ranking estadual pelo segundo ano consecutivo, mesmo com redução de 34,3% na área desmatada.

Um dado preocupante foi registrado na Caatinga, onde ocorreu o maior desmatamento individual da história do monitoramento: 13.628 hectares em um único imóvel rural no Piauí, equivalente a seis hectares por hora.

As áreas protegidas também apresentaram melhoria nos índices. Nas Terras Indígenas, houve redução de 24% no desmatamento em relação a 2023, enquanto as Unidades de Conservação registraram queda de 42,5%.

O relatório destaca ainda que mais de 97% de toda a perda de vegetação nativa no Brasil nos últimos seis anos ocorreu por pressão da agropecuária. Desde 2019, o país perdeu uma área equivalente à Coreia do Sul, totalizando 9.880.551 hectares.

 O MapBiomas é uma rede colaborativa de co-criadores formado por ONGs, universidades e empresas de tecnologia.


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