Museu do futebol – O meio-campo

Templo das musas. O significado original da palavra grega da qual vem “museu” não poderia ser mais apropriado. Em tamanho real se vêem os ídolos que inspiram peladeiros de todas as gerações. Os mais importantes e conhecidos dribles e gols estão expostos. A significação que “museu” lapidou ao longo da história, o de centro de estudo, no entanto, está sobre a linha que separa o conceito contemporâneo de museu do de parque temático, sem demérito à definição. No intuito de sensibilizar o espectador, os elementos que poderiam levá-lo à racionalidade científica estão diluídos, escamoteados, quando não omitidos. Um garoto de dez anos que se encante pelos voleios de Bebeto poderá vê-lo atuando pela seleção, mas terá dificuldade para descobrir quem foi o atacante se não estiver acompanhado por alguém no mínimo cinco anos mais velho (ou um guia do museu, o que não havia na solenidade de abertura). Um estrangeiro mais curioso não encontraria explicações para a popularização do futebol no Brasil.
Auto-definido como local de emoção, história e diversão, o Museu do futebol se estanca no início do processo do conhecimento. Desperta o interesse, mas não fomenta a contento os questionamentos e não instiga a uma conclusão.
A postura só não se torna falha porque os criadores não se negaram a oferecer a logística para o aprofundamento: O auditório Armando Nogueira, com 180 lugares, e o salão Osmar Santos para exposições temporárias, inaugurada com a história detalhada de Pelé.

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