Fogo de Paglia (o conflito de Camille)

A executiva ansiosa se lembrou naquela hora do velho hábito da avó. Acendeu a vela e apagou a luz. Abraçou-se.


 Quase murmurou a oração que há muito não ouvia, mas distraiu-se com o tremelicar da alma projetada na larga parede branca. Embalou o corpo tentando em vão prever o movimento da sombra. Sentiu conforto, afrouxou a carne, suspirou. 

Uma nesga da brisa lhe sussurrou um arrepio. As imagens de todo o dia rolaram em borrões por segundos pelo ar e escorreram ao encontrarem a parede. 

Levantou-se, assoprou decididamente a chama acreditando que dormiria. A silhueta frustrada volteou a cabeça atrás de seus passos e encolheu-se triste no candelabro.

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