A concepção de mercado parece ter contaminado de vez o futebol, a julgar pelas primeiras partidas desta Copa. Nos negócios prevalece o cálculo do risco sobre a possibilidade de ganho. Evitado o prejuízo, o que vier é lucro. Ideia globalizada que se sobrepõe aos princípios culturais.
Assim, às cucuias as diferenças nacionais também no futebol. Nada de ousar no ataque - para o mal do espetáculo - nem priorizar a defesa do castelo - para o bem – em se tratando apenas do contraste das escolas sul-americas e europeias.
Está universalizada a visão que os brasileiros conhecemos através de Parreira , de que é preciso se fechar, ter o domínio da bola e, partir daí, apostar nos talentos individuais para definir a partida. Não por acaso talvez o jogo mais interessante neste início da disputa tenha sido África do Sul X México. Jogo veloz, objetivo, com placar definido na (falta de)capacidade de finalização. Partida menos emocionante que Argentina X Nigéria, porém, tecnicamente mais eficiente.
Exceção à regra foi a Coréia do Sul, com a tática guerrilheira asiática de avançar sobre o território inimigo e recuar com velocidade, o que se conhece desde os tempos dos samurais e levou à vitória sobre os norte-americanos no Vietnã. É possível que vejamos algo semelhante na estreia do Brasil.
Pode não ser uma Copa bonita de se ver, mas deixa a expectativa de não termos outro mundial tão modorrento quanto o da Itália em 90. Valorizar o talento individual, afinal, é a grande possibilidade de lucro dos clubes e seus agentes.
O Brasil claramente concentra esforços em um único talento. E Kaká ainda não mostrou estar em sua forma ideal.
Oremos: “Robinho, jogai por nós”.
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