O enfrentamento entre traficantes e a polícia no Rio ganhou a proporção real que a sociedade ainda não tinha encarado com honestidade. Noticia O Globo que no fim da noite de 24/11 eram oficialmente 23 mortos, 47 presos e 112 detidos. É uma guerra civil que deixa de ser velada e, assumida com coragem pelo governo carioca, tende a se estender pelo país afora.
Devagar e com a complacência de governantes reticentes em admitir o descontrole da situação, as quadrilhas organizadas do eixo Rio –São Paulo padronizaram ações sazonalizadas por todos os estados. Do interior do Rio Grande do Sul ao Pará ora são os assaltos a bancos, ora os roubos de caminhões, aos condomínios, ora os seqüestros, etc...
Se são realmente as UPP’s ( Unidade de Polícia Pacificadora) as responsáveis pelo conjunto de reações que, suspeita-se agora, pode ter aglutinado forças rivais do tráfico, este confronto pode estar só no começo, e, diferentemente do que vem defendendo o governador Sérgio Cabral, não parece uma atitude desesperada.
A mudança de postura no combate à criminalidade deve ser acompanhada também de uma nova forma de tratar do assunto com a população.
O terror está instalado. Ainda que os ataques cessem nos próximos dias, nada garante que não voltem a acontecer até que a polícia debele de vez as organizações enrustidas nas favelas.
Pode ser um dos piores natais da história do Rio. Um dos piores réveillons. O turismo tende a cair drasticamente. Que o estado assuma esta situação, não tente fazer o cidadão crer na possibilidade de manter a rotina e siga até o fim, resgatando a esperança de um cotidiano menos violento não só no Rio de Janeiro, mas em todo o Brasil.
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