O anúncio da morte Osama Bin Laden na noite de domingo, antes da divulgação oficial feita pelo próprio presidente norte-americano Barack Obama, em manchetes das primeiras redes de TV:
CNN: Forças americanas matam Osama Bin Laden
BBC: Estados Unidos anunciam ter matado Osama Bin Laden
Bloomberg: Justiça foi feita
Bloomberg é o canal do prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, dono de uma rede de comunicação especializada no mercado financeiro, que ingressou na política e conquistou o mandato pelo Partido Republicano, do qual se desfiliou, logo após o ato terrorista de 11 de setembro de 2001. Judeu convicto, a manchete de sua TV é a expressão mais clara do oportunismo político e inoportuna contribuição bélica a uma reação dos grupos terroristas. A euforia do povo americano, em especial dos novaiorquinos, é justificável. Mas este tom partindo de um homem na posição que ocupa momentaneamente, é um desserviço aos esforços da segurança de todos os Estados Unidos no confronto com os radicais adeptos do conceito de vida eterna e paraíso àqueles que se sacrificam por seus ideais.
Moderado e sereno, o presidente americano se comportou como um estadista. De posse da informação do esconderijo há mais de um mês do homem mais procurado do mundo, matá-lo – ainda não há provas concretas – após um evento de grande repercussão mundial no território do aliado de primeira hora, a Inglaterra e seu casamento real, foi de uma maturidade que poderá garantir o segundo mandato ao novato de 45 anos boicotado até por setores de seu próprio partido.
A democracia ocidental, no entanto, sai perdendo para a vingança. As circunstâncias do cerco à mansão em Abbottabad ainda não foram detalhadas, mas, se Bin Laden fosse preso e condenado por uma corte internacional este episódio seria uma grande lição histórica.
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