Cravo e ferradura

A Anatel aprovou a primeira movimentação das estrangeiras baseada na nova lei de TV por assinatura. A Embratel, empresa da América Móvil, controlada pelo mexicano Carlos Slim, ganha o direito de ampliar sua atuação da telefonia celular para a distribuição de TV a cabo com a permissão de aumentar sua participação na NET, hoje controlada por empresas do grupo Globo.

O negócio, no entanto, só será aprovado em defintivo pela agência reguladora se não houver dúvidas de que as decisões sobre a distribuição dos canais caberão majoritariamente ao grupo mexicano.


Pela nova lei, a Globo, como possui canais de rádio e TV abertas, não pode controlar o sistema por assinatura.  A empresa brasileira perde poder, mas seguirá como sócia minoritária no negócio, com direito a voto.



Levando da holding dos Marinho fatia cobiçada anteriormente pelo australiano Rupert Murdoch, Carlos Slim concentraria 55,96% do total de clientes da TV por assinatura.
De acordo com a Anatel, a NET tem 39,44% dos quase 11milhões e oitocentos e noventa mil assinantes. A Embratel, 16,52%, por sistema de satélite (DTH).

Isto é quase o dobro dos 29,05% do espaço ocupado pela segunda maior empresa no mercado, a SKY, controlada justamente por Murdoch. Dono 20th Century Fox e canais de TV Fox, além de mais de 150 jornais mundo afora, o magnata das mídias dominou a empresa comprando a fatia majoritária também da família Marinho.

Para produtores de conteúdo - especialmente os canais de TV aberta brasileiros - e produtores estrangeiros, a diminuição do poder de veto da Globo na NET é animador.
Ao consumidor, o mais importante é se dar conta de que NET, Embratel e Claro são um grupo só. 

O negócio pode ser o primeiro passo para a melhoria dos serviços e preços. Mas por enquanto, é uma no cravo e outra na ferradura dos cachorros grandes.

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