Romário mal posicionado


Ao governo interessa garantir a inclusão de produtos produzidos no país no entorno e dentro dos estádios, ingressos a preços diferenciados para segmentos da sociedade, o direito de exercício do “bico” pelos cidadãos em dias de jogos e evitar segurar prejuízos provocados por sinistros.
A FIFA quer garantir a exclusividade de marcas, empurrar para o governo os investimentos e assegurar o lucro com o evento, como convém a uma entidade que se enxerga como empresa privada.
Não é estranho que assim seja, muito menos que existam defensores desta ou daquela posição.
O deputado Romário estava à frente de um dos lados e, repentinamente, assumiu a ponta do outro. Não houve quem capitalizasse mais a demonização da FIFA que o ex-atacante da seleção, em elogiosas posições em defesa das condições reais de organização da Copa do Mundo.
Se foi quase espetaculoso no ataque ao secretário geral da FIFA Jérôme Valcke, deu sinal de maturidade se interpondo entre as partes.
Mas, após se reunir com Ronaldo e Ricardo Teixeira, um “inimigo” declarado, e conversar com o presidente da FIFA, Joseph Blatter, na Suíça, o parlamentar do PSB passou a culpar o governo pela demora na aprovação da Lei Geral da Copa.
Tomou um tranco do governo, escanteado nas negociações, quando tentou articular um grupo parlamentar para discutir com Valcke o projeto e tentar acelerar sua votação, permitindo a leitura que passou a ser visto como oportunista pelo poder central.
O deputado carioca lustrou a imagem com o anúncio da entidade máxima de ceder 300 mil ingressos a preços populares, entre R$35,00 e R$50,00. Ele declara agora querer mais 100 mil na quota popular e dá sinais de seguir pressionando o governo.
Romário se comporta ou com ingenuidade de principiante, ou com esperteza de veterano com maus vícios.
Nesta área, deve se posicionar melhor. 

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